Opinião

Como se mede a ciência?

2 jun 2016 00:00

Na publicação de um determinado conteúdo científico, o que mais pesa em termos de prestígio e influência, além do sítio onde é publicado, é a quantidade das citações e a qualidade académica de quem cita.

Numa das habituais conferências, ou melhor dito, aulas abertas, que habitualmente dou na ESTG do nosso prestigiado Instituto Politécnico de Leiria, um dos alunos colocou-me a pertinente questão de saber «como se mede a ciência?».

Na verdade não há uma medida padrão para determinar o valor científico do que se investiga e se publica nas mais variadas ciências. Assim, temos de socorrer-nos de vários padrões que, separada ou conjuntamente, nos ajudam a aferir o peso científico de um estudo ou investigação.

Escrever, por exemplo, para a revista da ordem dos médicos portuguesa é sem dúvida prestigiante para qualquer médico ou qualquer outro investigador da área das ciências da saúde, no entanto é bastante mais prestigiante escrever para a Science (revista científica da American Association for the advancedemente of Science), que publica trabalhos de nível mundial, desde a genética à astrofísica. Este “estatuto” decorre do facto de as revistas de prestígio aceitarem, em regra, apenas trabalhos de autores com prestígio na praça ou de iniciados que revelem mérito excecional.

Na publicação de um determinado conteúdo científico, o que mais pesa em termos de prestígio e influência, além do sítio onde é publicado, é a quantidade das citações e a qualidade académica de quem cita. Alguém que publique uma obra que não seja citada por nenhum outro autor, na verdade, não tem relevância enquanto autor.

Diferente é, por seu turno, o êxito editorial que se mede quer através do número de edições quer pelo número de exemplares vendidos. Nos dias de hoje, uma obra que nunca vê, pelo menos, a sua segunda edição nos escaparates não teve seguramente o impacto desejado pelo(s) seu(s) criador(es).

*Jurista

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