Opinião
Cinema e TV | Prey, “quem é a presa e quem é o predador?”
Uma criatura mais criativa, mas mantendo o clássico. Bom ritmo, suspense, adrenalina
O filme começa com a premissa de “quem é a presa e quem é o predador?”, como todos os filmes do género. Esta questão fica mais imponente pela personagem principal, Naru, ser uma rapariga da tribo americana Comanches. Tribo esta que, para a sua sobrevivência, usa a caça para sobreviver mas também como troféu para os mestres das batalhas. Mas quem conhece a personagem do filme Predator, de 1987 com Arnold Schwarzenegger, sabe que a essência deste ser futurista é a mesma, a caça, os troféus com as suas presas - sendo apenas troféus o seu desejo porque nunca os vemos com necessidade de se alimentarem.
Neste filme, fiquei surpreendido com o actor Dakota Beavers. Acho que fez um bom trabalho como Taabe, acrescentou muito à história, tanto emocionalmente, como sendo um bom suporte para Naru. Já com a personagem Naru, de Amber Midthunder, não fiquei surpreendido por ser uma personagem mais neutra, sem muita expressão, embora isso faça sentido na história. Antigamente, a caça era realizada mais por homens e, neste filme, há esse controverso interessante com uma mulher. Esse conflito de querer participar na caça progride para um desconforto mental para ela, sendo rejeitada e neutra emocionalmente para conter essas emoções.
De todos os filmes do Predator, tive sempre uma paixão pelo primeiro em 1987 pela cena da personagem sozinha na floresta com ele, o predador. Também gostei do segundo Predator em 1990, pelo cenário mais urbano, algo novo. Mais tarde aparece em 2010, o Predators, não desgostei, e não foi por faltar algo, foi por exagerarem nos predadores, possivelmente - teria de rever. The Predator de 2018, não gostei. Prey foi uma surpresa porque mostrou uma criatura mais criativa, mas mantendo o clássico. Bom ritmo, suspense, adrenalina e a sua metáfora com a tribo foi boa. O realizador Dan Trachtenberg já ganhou a minha atenção com 10 Cloverfield Lane, e agora mantenho o gosto.
Se gostaste do primeiro Predator vais ter alguma nostalgia e poderás gostar da viagem. Se fores alguém que está à procura de uma história inovadora e grandes diálogos, não é a história mais inovadora, mas continua a ser boa e fácil de ver pelo equilíbrio que conseguem manter com a montagem e o ritmo do filme. Se fores alguém que dá muita importância aos efeitos visuais, não é o melhor para os dias de hoje, mas é o suficiente. Se fores alguém que gosta da criatura Predator por si só, este é o melhor design do Predator para mim.