Opinião

Atenção, próxima paragem: Leiria. Há ligação a Fátima

20 abr 2024 10:33

Se analisarmos o número de autocarros e de carros que, diariamente, circulam para a Fátima, facilmente justificamos o investimento num metro de superfície

O Plano Ferroviário Nacional foi delineado com o objetivo de afirmar o caminho-de-ferro como um modo de transporte de elevada capacidade e sustentabilidade ambiental, respondendo às necessidades de acessibilidade, mobilidade, coesão e desenvolvimento, definindo, nesse sentido, o transporte de passageiros e mercadorias à escala nacional e internacional, numa ajustada cobertura do território e aos centros urbanos mais relevantes.

A Linha do Norte é o eixo central da atual rede ferroviária, com ligações a outras linhas das regiões Centro e Norte. Desta forma, existe, há décadas, uma saturação deste eixo, inviabilizando o crescimento de transporte de passageiros e de mercadorias.

O Plano Ferroviário Nacional contempla a construção de uma nova Linha de Alta Velocidade - o famigerado TGV - entre o Porto e Lisboa, enquanto investimento transformador na rede ferroviária nacional que visa facilitar a segregação de tráfegos, com a Linha do Norte a passar a assegurar, somente, mercadorias e passageiros (interurbano e local).

A atual versão do projeto, contempla a Linha de Alta Velocidade ligada à Linha do Norte em diversos pontos, para que cidades como Leiria, Coimbra e Aveiro se constituam como eixos estratégicos da mobilidade ferroviária. Leiria adquire assim uma nova centralidade na Região Centro, com potencial de crescimento económico e objetivo aumento da qualidade de vida.

Esta estrutura, que servirá a mobilidade das pessoas, deve igualmente permitir transportar os fluxos turísticos para a região. Sabendo que Fátima recebeu, em 2023, 6,8 milhões de visitantes, importa criar uma estrutura complementar que efetue a ligação entre Leiria e esta Cidade Santuário. A proposta da Câmara Municipal de Ourém, de construção de um metro de superfície, apresenta-se como uma boa solução para a cidade que, a seguir a Lisboa, mais turistas regista a nível nacional.

Se analisarmos o número de autocarros e de carros que, diariamente, circulam para permitir o acesso destas pessoas a Fátima, facilmente justificamos o investimento num metro de superfície, ligado ao TGV, por possuir custos de construção e manutenção mais baixos que outras alternativas de transporte, por possibilitar a ligação a outras linhas, por promover o desenvolvimento urbano e suburbano, por afirmar-se como a opção ambientalmente mais sustentável (sendo alimentado por energia elétrica).

Ainda que se questione o valor que uma estrutura desta natureza venha a representar, não podemos deixar de equacionar, do outro lado da balança, o contributo do turismo para a economia nacional. Deseja-se determinação e audácia a este Governo, na concretização desta proposta. Leiria, Fátima e a região sairão a ganhar! 

Texto escrito segundo as regras do novo Acordo Ortográfico de 1990