Opinião
(A)normalidade dos dias que correm
Como estará o país e estaremos nós no final de tudo?
Quando fazíamos os planos para o ano de 2020, estávamos todos longe de imaginar que atravessaríamos um dos maiores desafios que a humanidade teve de enfrentar nas últimas décadas – a Covid-19.
Ainda parece um filme de ficção científica, mas é também a nossa realidade do dia-a-dia: fechados em casa, quando saímos levamos as máscaras, as luvas, o gel desinfetante e guardamos a distância recomendada em relação àqueles que nos circundam.
O tempo ainda é das dúvidas e da falta de certezas.
Quanto tempo durará a pandemia?
Qual será o alcance dos impactos?
Como estará o país e estaremos nós no final de tudo?
Apesar das dúvidas, há algumas certezas. Uma delas é a forma exemplar, responsável e cumpridora como os portugueses têm vivido a pandemia.
Em várias situações, têm-se antecipado às autoridades, como é disso exemplo a recomendação feita agora pela DGS para o uso de máscaras, quando muitos portugueses já o faziam preventivamente.
Outra das certezas será a necessidade de aproveitarmos (a)normalidade dos dias que correm para nos adaptarmos e fazermos algumas mudanças que até ao início da pandemia teimávamos em não fazer.
Numa altura em que é evidente que a pandemia aprofunda as desigualdades no acesso à Educação é uma oportunidade para adaptarmos a escola e todos os que a compõem a uma nova realidade.
Desigualdades que resultam do facto de haver famílias sem acesso a computador ou telemóvel, bem como a falta de acesso à internet para manter o contacto com a escola e com os professores.
Desigualdades que resultam do facto de, não havendo aulas presenciais, o papel dos encarregados de educação ser mais preponderante, bem como as suas qualificações.
Desigualdades que decorrem de nem todas as escolas, nem todos os professores terem o mesmo grau de compromisso com o ensino à distância e o recurso às novas tecnologias.
Estes são, por isso, dias de finalmente implementarmos a Escola do Futuro.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990