Opinião
Água e vento são meio sustento
A ver vamos se volta a acontecer que as concessionárias das barragens privilegiem o lucro em detrimento do abastecimento para consumo humano
É o que reza este ditado popular, contudo, e em pleno século XXI, a roupagem é bem diferente e com uma conotação bem negativa em termos ambientais. A nova roupa engana os desatentos, ou seja a maioria, pois a água tornou-se um mero instrumento para ganhar dinheiro, através de barragens que cada vez mais servem o interesse privado e menos o interesse público, onde aquelas reservas de água são usadas para ganhar dinheiro, seja com culturas agrícolas que estão a destruir e degradar o solo e os próprios territórios, seja com a recente investida dos painéis solares nas albufeiras.
, tal como ocorreu há poucos meses... Não admira, pois aos olhos do centralismo de Lisboa, os territórios onde se localizam barragens têm de ser protegidos com uma cerca, para que em Lisboa e no Algarve não falte água.A ver vamos se volta a acontecer que as concessionárias das barragens privilegiem o lucro em detrimento do abastecimento para consumo humano
Os locais, meros campónios segundo alguns, esses que aguentem com toda a degradação ambiental e desinvestimento público nos territórios de baixa densidade. O vento agora também veste uma roupa estranha, pois, e a poucos dias do Dia Nacional dos Moinhos, a 7 de Abril, passámos em poucas décadas de terras de moinhos de vento para moer cereais, para parques eólicos onde não era suposto, degradando territórios e paisagens sob o manto fofinho da (pseudo)descarbonização, para lucro dos accionistas das empresas do ramo.
E nos últimos meses tem sido desenvolvida uma estratégia, do tipo cavalo de Troia, para poder passar linhas de muito alta tensão onde não é suposto, mesmo em parques naturais já castigados pela degradação ambiental causada por infraestruturas, para, assim, poder construir parques solares sobranceiros aos parques eólicos já existentes.
Uma destas situações é entre Rio Maior e a Batalha, mas não digam a ninguém por favor. Já deve existir um grupo dos telhados anónimos, para lidar com o trauma do seu esquecimento.