Viver

Agora sim: as “férias”!

29 set 2016 00:00

E mesmo quem tem filhos deve ter o privilégio de, mesmo que apenas uns dias por ano, poder descansar verdadeiramente sem bombas na piscina, sem “mãe, apetecia-me agora era uma bolachita!”, sem “pai, vamos jogar à bola?”...

Então, já está tudo de volta às respectivas escolas e infantários? Já choraram tudo (eles e nós), já conhecem os novos amigos, já está toda a gente adaptada? Muito bem, então agora os pais já podem respirar de alívio e começar as férias… não, não me enganei… sei bem que as férias com os miúdos já se acabaram.

Mas admitam, não me deixem ficar mal, depois de tanto tempo com eles em casa (na praia, no parque de campismo, no hotel, na casa de férias, etc.) agora merecíamos nós um tempinho só para adultos, não?

Pensem bem, há pais que têm os filhos 3 meses de férias! Três meses inteirinhos! Merecem um descanso, agora que eles voltaram à escola! Tenho uns amigos com 3 filhos que foram de férias para a praia e, não contentes, ainda levaram amigos dos filhos para completar o ramalhete!

Perante o meu ar cansado com a descrição das férias disseram: “sim, mas agora vamos os dois sozinhos uma semana!”.

E ainda há pessoas que acham muito mal haver hotéis só para adultos! Eu cá acho bem que haja essa possibilidade. Quem não tem filhos não tem de levar com os filhos dos outros durante os dias de descanso.

E mesmo quem tem filhos deve ter o privilégio de, mesmo que apenas uns dias por ano, poder descansar verdadeiramente sem bombas na piscina, sem “mãe, apeteciame agora era uma bolachita!”, sem “pai, vamos jogar à bola?”, sem alvorada às 7 da manhã e recolher obrigatório. É que as férias também cansam.

As crianças precisam de horários, de rotinas. E os pais, dizem os especialistas, precisam de tempo para eles, precisam de espaço para ser adultos, precisam de tempo de qualidade para ter uma relação saudável.

Os filhos são o melhor do mundo, mas não é preciso viver focados apenas neles e nas necessidades deles. Feitas as contas também eles irão lucrar com uns pais mais relaxados e “de bem com a vida”. Mesmo que isso implique passarem dois ou três dias sem os pais. Faz bem a todos.

Deixar os filhos na escola ou nos avós, sabendo que estão bem entregues, e passar nem que seja só um dia num spa, por exemplo, ou mesmo passar um dia em casa, sem planos, é um guilty pleasure que a longo prazo poderá fazer maravilhas pelo nosso bem estar pessoal, e consequentemente reflectir-se no bem estar dos nossos filhos. Fica a ideia.

Boas “férias”!