Editorial

Agir ou reagir?

1 jun 2023 09:29

É notório que existe um agravamento do estado da saúde mental entre as camadas mais jovens

No dia em que escrevíamos este texto, decorria na Assembleia da República, em Lisboa, a sessão nacional do parlamento dos jovens, com a participação de 132 ‘deputados’ do ensino secundário de todo o País. O tema, pleno de actualidade, era a “Saúde Mental dos Jovens: que desafios? Que respostas?”.

Depois de uma análise aprofundada aos mais de 20 projectos apresentados pelos vários círculos eleitorais, os alunos aprovaram uma recomendação a pedir o reforço do investimento na área da saúde mental nas escolas.

Além desta proposta, os pequenos ‘deputados’ apelaram ainda à criação da oferta de serviços de psicologia em todos os agrupamentos escolares e à possibilidade dos jovens a partir dos 16 anos poderem aceder a consultas de psicologia sem precisarem da autorização dos pais.

É notório, pelas notícias que temos publicado e pelos ecos que nos têm chegado, que existe um agravamento do estado da saúde mental entre as camadas mais jovens, e que, em muitas escolas não existem recursos humanos e materiais para dar uma resposta cabal e atempada às necessidades.

Mas como em qualquer problema, há sempre uma origem. E no caso deste, são muitas as interrogações que se levantam: Será que se fez o que devia ter sido feito em termos de prevenção, sobretudo depois do confinamento provocado pela pandemia de Covid-19? Será que as famílias estão a educar os seus descendentes da forma mais correcta do ponto de vista emocional? Será que a sociedade, nos seus mais diversos sectores, está verdadeiramente empenhada em encontrar soluções para os problemas, sonhos e anseios dos mais jovens? Será que o sistema educativo responde às expectativas de quem o frequenta?

Leiam com atenção a entrevista ao fundador do modelo Escola da Ponte, José Pacheco - que publicamos nesta edição - sigam para o trabalho onde se apresentam alguns dos resultados do projecto Dar voz à escola, promovido pela Câmara Municipal de Leiria junto dos alunos do ensino secundário do concelho, e tirem as vossas próprias conclusões.