A silly season do Governo PS

Parece que o PS de António Costa não consegue lidar bem com a circunstância de ter obtido maioria absoluta nas últimas eleições legislativas de 30 de Janeiro, conferindo-lhe a possibilidade de governar sem necessitar de construir qualquer gerigonça.

E parece que perante tal facto começaram novos e grandes problemas para o primeiro-ministro, pois desta forma já não tem argumentário para não fazer aquilo que se exige e que Portugal tanto precisa, para lá do seu enamoramento com a Europa, faltando só saber quando se vai dar o casamento.

Este cenário tão profícuo a reformas e a fazer avançar Portugal parece que teve o efeito contrário: só veio atrapalhar, “estupidificando” o ambiente político dentro do Governo.

Em Junho, o Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, elabora um despacho dando conta da decisão final sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa que… afinal não era, pois o primeiro-ministro do alto da sua autoridade desautorizou o ministro, fazendo parecer que não incomodou nenhum dos intervenientes, já que um não se demitiu nem o outro o mandou embora do Governo!

Até numa Junta de Freguesia seria difícil perceber tamanha trapalhada.

Depois vieram-nos dizer que o melhor mesmo era não adoecer em Agosto, senão a coisa poderia correr mal.

Parece mentira, mas não, foram palavras da directora-geral da saúde sem que se saiba de qualquer consequência deste dislate.

Aliás, infelizmente, parece que tinha mesmo razão, pelo caos em que se encontra este sector, bastando ver os fechos constantes de determinadas especialidades ou a demora no atendimento num qualquer serviço de urgência dos hospitais centrais.

Mas tudo tem uma explicação. Marta Temido, ministra da saúde, encontrou-a.

Indecentemente veio dizer-nos que afinal todos estes problemas nas urgências têm origem em escolhas, pasme-se, nos anos 80, valendo a pena recordar, já agora a esta recente militante socialista, que o PS nos últimos 27 anos governou 20, incluindo os últimos sete e tem ainda mais quatro pela frente!

E a culpa é de quem? À boa maneira de António Costa e seus seguidores, sempre dos outros e nunca deles!

E vale a pena queixarmo-nos e reivindicarmos?

Que o diga a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) que reclamando sobre a falta de medidas de apoio para os agricultores neste período de seca logo levou com a ministra da agricultura a lembrar-lhes: “É melhor perguntar por que é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votarem no Partido Socialista”.

Mais palavras para quê?

Bem, só se for para agradecer aos deuses ainda faltarem 30% de área ardida, pois segundo a secretária de Estado da Protecção Civil e um abençoado algoritmo os mais de 106.000 hectares que já arderam ainda poderiam ter sido mais… talvez esteja a pensar que devamos agradecer por ver o nosso País mais uma vez destroçado com este flagelo, sendo o terceiro país da União Europeia com mais área ardida desde Janeiro deste ano.

Ou então, esta secretária de Estado deve estar alinhada com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva que teve a ousadia de dizer que com o Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela apresentado por força do grande incêndio que queimou mais de 22.000 hectares da sua área, o objectivo será “deixar este Parque Natural melhor do que estava…”!!!

Se calhar razão tinha o ministro Fernando Medina para contratar o consultor Sérgio Figueiredo…

E o que diz António Costa disto tudo? Nada!

E depois não digam que os deuses não devem estar loucos!