Se fazemos uma pesquisa na internet sobre viagens, chovem anúncios de agências, se procuramos peças de roupa, no dia seguinte somos bombardeados com sugestões de marcas de acessórios. Parece que o mundo ficcionado de Orwell se tornou real.
Quando navegamos na internet e nos aparece publicidade direccionada, de viagens ou de outra coisa qualquer, nada é coincidência. Nós vivemos num mundo em que as big tech têm um modelo assente em publicidade. Portanto, tentam de todas as formas saber as nossas preferências, os nossos gostos, para depois nos direccionarem a publicidade que nós queremos ver e coisas que queremos comprar. Se nós, no nosso telemóvel, accionarmos a Siri, ela vai estar a recolher os sites que nós visitamos, o tempo que estamos no Facebook, quanto tempo perdemos a ver determinado reel. É depois esse tratamento desses nossos gostos que vai permitir às empresas direccionar-nos publicidade. Não há coincidências.
Alguém pode escapar do algoritmo?
A forma é ter uma presença nas redes sociais muito controlada. Ou seja, não activar, por exemplo, certas funcionalidades do Whatsapp ou de certos sites, os chamados cookies. Quando visitamos determinado site, devemos dar os cookies mínimos, ou seja, não permitir que aquele site recolha informações sobre nós. E aqui devo introduzir o conceito da ciberhigiene. Nós tomamos banho todos os dias. E se vamos à internet todos os dias, também devemos ter essa preocupação de limpeza. E, antes de qualquer navegação, devemos estar cientes tanto dos benefícios - é bom ter uma conta no Linkedin, para nos dar visibilidade, para angariar clientes, promover a nossa profissão - como também das desvantagens que isso nos pode trazer. Portanto, temos de controlar o que partilhamos. E nós temos esse poder. As pessoas estão pouco sensibilizadas, mas devem sensibilizar-se para isto. Grave é que, cada vez mais, os nossos tribunais
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